A nova era...e um Feliz 2011


Queimamos em fogueiras,
mas descobrimos o fogo.
Explodimos prédios mas inventamos o avião.
Fomos assombrados por demônios,
porque a criatividade não é divina
é humana.
Que a nova era que chega possa nos mostrar
que os sacrifícios da mudança fizeram a vida
valer a pena.



Embrulhado em papel de pão

.

Tomei um porre na esquina
Daquele que entroncha o sujeito
Senti o ar rarefeito
Formigamento na mão
Fiz uns versos, umas rimas
Esvaziei o segredo
Trancafiado no peito
Cuspido em papel de pão

Empolgado, dei vexame
Subi no banco da praça
Declamei com água nos olhos
Pra quem só fazia achar graça
Aqueles versos na mão
O papel todo amassado
Ali desvendava o mistério
Eu, homem sério
Trôpego de paixão

Quem não conhece essa flor
Desdenha de minha dor
Oferece remédio
Mulher cheirosa, fogosa
Que geme o nome da gente
Mas minha paixão renitente
Prefere ranger o dente
Cuspir em papel de pão

Quem sabe um dia ela ouça
Meus versos, minha prece
Sorrindo, logo se apresse
Cuspa em papel de pão
Um bilhete mais que sentido
Dizendo que de ouvido
Soube de minha paixão
E aceita casar comigo

Lou Vilela in Nudez Poética
.

Olvidada

Tela: Henri de Toulouse-Lautrec


Escutei pelos outros
Sobre o seu futuro
Planos todos
Do papel para o ar

Deixou bater o vento
E não se abateu por nada
Foi-se sem mistério
E eu, sem notícias

Soube dele
Por aqueles em comum
Entre nós
Mais nada

Sequer o ouvi
Falar de mim
Nem pelos mais
Conhecidos

Não escutei meu nome
Da boca dele para fora
Nem isso
Nunca mais