Foto: Lara
A parafina da vela me queimou
Acaba a luz, e a mesma novela:
Tatear pelo isqueiro
Procurar a dita cuja
Andar pela casa com ela na mão
E a cera a escorrer.
Até pôr a casa toda alumiada...
Melhor ficar com a escuridão
E a hipnose de observar
O brilho tonto no pavio a dançar
Ao leve suspiro da minha ostentação.
Enquanto a luz não volta
Tateio a parafina seca
Grudada à minha pele
As formas em que se derramou
- A geometria -
Deixam-me a imaginar
O fulgor derretendo a vela
Ela, tortas esculturas
No meu corpo a (des)velar.