per augusto & machina
Romério Rômulo no Portal Cronópios
augusto e máquina se arranham
na última dose atormentada
do corpo. a válvula é entranha.
até a amargura é mutilada.
...................................................(augusto e máquina)
SIM PLES MENTE POESIA
augusto e máquina se arranham
na última dose atormentada
do corpo. a válvula é entranha.
até a amargura é mutilada.
...................................................(augusto e máquina)
Tela: A menina do mar e da lua
uma história triste
derramou o mar
nos olhos de clara
para consolá-la
precisei bordar
mil lençóis d'água
by Líria Porto
a lua girou no céu
um tanto godê brancura
parecia rosa aberta
pura seda na cintura
(pena - o sol dormia)
as pernas alvas da lua
tão saborosas carnudas
estampavam-se no escuro
e despertavam libido
e provocavam arrepios
(pena - o sol dormia)
os santos mais piedosos
os anjos mais pudorosos
enchiam de água a boca
enquanto a lua sorria
flutuava esplendorosa
cheiro seu em quase tudo
(pena - o sol dormia)
quem nascesse sem olhos
ou privado de luz
teria que saber do mundo
por outros sentidos
seria capaz de perceber a beleza
o perfume
a textura do azul?
poderia entendê-lo
ao ouvir um blue?
by Líria Porto
tal qual um menino
procura brinquedos
lá vai o poeta
a tinta as letras
tal qual passarinho
no uso das asas
lá vai o poeta
o voo as palavras
tal qual a canoa
por cima do rio
lá vai o poeta
o remo a rima
tal qual marinheiro
no rumo do mar
lá vai o poeta
a barca o navio
tal qual lavra_dor
na lida da terra
lá vai o poeta
a enxada a caneta
lavai
faço verso rastejante
igual cobra no papel
faço verso flutuante
passarinho lá no céu
faço verso comprimido
fechado dentro do frasco
faço verso assim ridículo
acostumado ao fiasco
faço verso bem florido
nascido em pleno setembro
faço verso esquecido
o jeito dele nem lembro
faço verso galopante
como visita de amante
faço verso des'tamanho
coração de minha mãe
faço verso
faço verso
faço verso
by Líria Porto
.......Líria Porto é poetisa e professora em Minas Gerais. Atualmente, reside em Belo Horizonte. Em seu espaço na Internet tanto mar, a autora poetiza suas origens, se autodefinindo: erva daninha: de araguari transplantei-me para belo horizonte e espalhei raiz.