.
entre as pernas, o ópio
(insana paixão);
no corpo, lilases.
na cama, o silêncio:
ressaca, um molho
de chaves.
a trama arrebenta
[união sem placenta]
discurso da carne.
“Homicídios de mulheres fazem parte da realidade e do imaginário brasileiro há séculos, como mostra variada literatura [...]. Depois de trinta anos de feminismo, que impôs à sociedade o "quem ama não mata" como repulsa ao assassinato justificado pelo "matar por amor" e de consistentes mudanças na posição socioeconômica e nos valores relativos à relação homem x mulher, como explicar que crimes de gênero continuem a ocorrer?” (Blay, Eva Alterman. MULHER, MULHERES: Violência contra a mulher e políticas públicas. SciELO Brazil. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142003000300006. Acesso em 31/01/11).
.
11 comentários:
Ainda atrapalhada com as horas e tentando pelo menos acompanhar, via 'reader', as atualizações dos blogs que sigo. ;)
Beijos a todos que passarem aqui!
Lou
Hummm intensidade!
A força de suas palavras! Sempre excelente, Lou!
Beijo.
Lou,
Um grito contra o drama do matar por amor, ou exercer sobre a mulher o estatuto de macho.
soberbo.
bj
"a trama arrebenta
[união sem placenta]"
Forte e indizivelmente bom!
Lou, quando deixamos a placenta, deixamos também um mundo desabitado, ser mãe é para sempre, é função eterna... bom te ler, bom visitar este blog onde várias Marias têm voz, sem véus, têm vida na ponta dos dedos...
Parabéns a todos aqui.
Beijos.
Carmen Silvia Presotto
Encontrei o blog por mera casualidade, mas gostei de o ter encontrado. Um abraço.
"no corpo, lilases."
fortíssima imagem. nada de flores.
o que a mulher precisa é emancipar-se emocional e financeiramente, de uma vez por todas. chega de aceitar "amores" brutos.
Lou, sua poesia é extremamente dotada de sensibilidade. A mensagem é tocante!
Bjs poéticos!
Brincadeira deliciosa. Rende um poema com gostinho de ler mais. Parabéns pela imagem. Uma rosa de fumaça, que forma um galho. Sempre acho bacana as imagens, elas concretizam o que está posto em palavras. LINDO!!!!!!
É preciso desmistificar discursos que legitimam relações de poder, Lou.
Seu poema nos faz acordar!
Muito gostei do post, da soma de conteúdos e poéticas várias.
Beijo terno,
H.F.
Postar um comentário