do começo ao fim

I - ...

súbito bate a dúvida:
paixão é dádiva,
paga devida,
vocação atávica
ou dívida de (outra) vida?


II - VADE MECUM

vá, antes que amanheça
vá, antes que eu me despeça
ande, vá logo, desapareça
que é pra voltar mais depressa


II - INSTINTO

vem lá do fundo
do mais íntimo labirinto
este sentimento brut-nature
maduro, ex_tinto

.

11 comentários:

Anônimo disse...

Oba, voltou com tudo!

O poeta Fabio Rocha já até citou seu primeiro poemeto no blog dele.

Beijos!

Sueli Maia (Mai) disse...

Beleza do começo ao fim.

Úrsula Avner disse...

Oi Maria Paula,

sua habilidade com as palavras e seus significados vários, é notória. Bela escritra poética. Bj.

Cris de Souza disse...

Não poderia perder esse trio, a todo vapor!

Beijos, flor de formosura.

Eder disse...

Que lindo! Já estava com saudades daqui, essa força e sutileza que só encontro em uniVersos femininos.

Beijos, for de flormosura HAHA'

Joaquim Maria Castanho disse...

as libações da espera meditam comigo


Com o destino traçado pelas vinte estrelas de Tique me disse Dice
As rosas, lírios, violetas, íris, jacintos e narcisos atapetam-lhe o chão
E cré com cré, lé com lé, nos losangos do centro do corpo humano
Coração e ventre nos vértices se unem, ondeiam, oscilam e dançam
Com precisão imaculada o fumo serpenteia a evolar-se das fornalhas
Enquanto na cella espero instruções da Mestra Sacerdotisa contemplo
É maior o meu respeito se na libação executo o mister da concentração
Recatado estou perante ti, ó divina feita mulher por cuja sede me meço
E teço exemplo sem ilusão mas que com a arte exímia exerço e adestro
Que a honra seja trinta e seis vezes superior à de qualquer outro escriba
Pois servir-te é merecer teu afago e desfrutar de tua vista e fala e sentir
E estar enlevado na partilha do fumo celeste pelo mesmo bocal leonino
E saber a luz que há na voz e escutar teu canto pelas minhas argilas lido
Minhas placas de alabastro esculpidas no estilete do rigor de tua ordem.

Quando a Lua cheia de teu nome transforma o sonho em vida real o rio
Devolve ao céu a tua silhueta de alambre e ambrosia que nele mais és
Mais ondulas e abrilhantas espigas e cintilas nas verdes folhas da hera
Essa que teceu a rede onde foram aprisionados os titãs primitivos infiéis
Masmorra dos descrentes a quem nunca será dada honra de argonauta
Nunca poderão negociar nem viajar entre o céu e a terra nem venerar-Te
Mesmo que suas raízes nasçam nos témenos que sejam tua propriedade
Pois nunca delas a flor brotará nem o ciciado murmúrio das ocarinas
Eflúvios chamamentos suspirados entre sonhos do mel apreciado bebo
Sorvo lânguido do bocal sobre o qual antes teus lábios disseram prece
E nada fica agora que obstrua a cristalina seiva do ser no libado vigor.

Estrela Inanna ladeia teu sucumbir perante a luz de Arina se amanhece
Porém não há batalhas divinas mas respeito e contemplação ordenada
Que quando Arina elucida todas e todos, ar, fogo, terra, água obedece
E lúcida é a alma que sabe e reconhece ser seu mister e a quem pertence
A voz rasga os véus e sopra vontades aos ouvidos acautelados e fiéis
Que ao oficio de dizer é inerente o acto se a fala no nome apenas se exala
E inala Inanna os eflúvios do meu pote enquanto espero se Shara chama.

A chama que é Shara e aquece o Lar pernoita também quando Arina dita
Sua cor aos quatro cantos do mundo pois o canto é luz de quem acredita.

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Maria Paula,

lindo do comço ao fim, muito bom!

Unknown disse...

Lindo, Maria Paula!

Saudades dos teus belos versos!

Do princípio ao fim, de uma beleza e singularidade ímpar!

Parabéns pela bela postagem!

Beijos

Mirze

leila saads disse...

Que poema(s)!

Parabéns, gostei das pequenas doses sinceras. Bom pra hoje!

Lou Vilela disse...

Oi, Paula!

Estava com saudades de 'te ler'.

Bjs

Hercília Fernandes disse...

Adorei o post, Maria Paula.

Seus poemetos são sempre sensíveis e inteligentes, nos levam a brincar com a palavra-poesia e, a partir dessa experiência, ressignificar os afetos, a própria vida.

Bela seleção, amei!

Beijos,
H.F.