É agora, Maria



e agora, Maria?
não tem mais José
nem teogonia
rompeu-se o anel
da monogamia
e as luas de fel
de parca alegria
( pois é, quem diria...)

você que é tantas
tão cheia de graça,
agarre-se ao tantra
a vida é trapaça
qual queima de estoque
das casas Bahia
avance, tropece
(trespasse, vadia)

sozinha no escuro,
supere, só_ria
a palavra é prata,
silêncio, de ouro,
a lavra te cobre
( te resta a poesia)

bendita Maria
que um raio a parta
conceda alforria
declare-se farta:
liberte-se
(ainda que tardia)

É agora, Maria.

.

6 comentários:

João A. Quadrado disse...

[onde está um mundo, lá estará toda a Maria... e agora? Esperamos senão por este, por outro dia]

um imenso abraço,

Leonardo B.

Unknown disse...

Simplesmente LINDO!

Maria Paula!

Eis um dos botões que você abriu!

Parabéns!

Beijos

Mirze

Adriana Riess Karnal disse...

Maaria Paula, o diálogo entre MAria e José nã está nada bíblico. gostei dessa visão contemporânea dos gêneros.
bj

Renata de Aragão Lopes disse...

Maria Paula,

sou fascinada pelo tom irreverente de seus versos!

Beijo,
Doce de Lira

Hercília Fernandes disse...

"liberte-se
(ainda que tardia)"

Adorei, Maria Paula!

Alegra-me muito ler a sua poesia, os versos transgressores nos faz vislumbrar um cotidiano de mulheres: suas representações, sentimentos e, também, (im)posições.

Texto criativo e rico em conteúdos. Parabéns!

Beijo,
H.F.

Lou Vilela disse...

Seu texto nos brinda com perspicácia, conhecimento, humor... ;)

Beijos