pra não prevaricar

Menina sem-terra, de Sebastião Salgado

nina rizzi

eu quero a poesia de unhas roxas de terra
dos sem-terrinha, mais pagagens que visagens.
da reintegração de posse: nossa história,
nós sujeitos a arremates, quiçá solturas.

o texto que grita o corpo meu e dele gasto
o que quiser, gosto, desinvasão.

ninsense, resoluta, ri-se
em ode, batê-lata, bicicletada:

os meus anéis, alegres, soturnos, te vão
feito de recuerdos, doces anelos mais que imposturas.

como aos colares, raimbows de nossa liberdade
(ou ao que disso cremos).

o meu poema é pra salvar menino.

(e menina também.)
*

11 comentários:

Zélia Guardiano disse...

Que poema, Nina, que poema! E ainda com foto de Sebastião Salgado... Deus! Coisa mais linda...
Um abraço.

Anônimo disse...

Muito bom, Nina!

Beijo.

Adriana Riess Karnal disse...

a poesia salva...

Jéssyca Carvalho disse...

E que salve! Salve o menino, a menina, o papai e a mamãe!
Salve os sofridos, que não merecem sofrer (e que não deveriam sofrer)...

Amei teu poema!!!

Beijos!

Juan Moravagine Carneiro disse...

belas palavras...

Belo e intenso!

abraço

Úrsula Avner disse...

Belo Nina ! Poema de grande sensibilidade e beleza poética. Bj.

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Nina! Linda poesia, lindo olhar para o social, onde você chamou atenção da nação com poesia, arte, beleza e educação. Amei! bjs

Hercília Fernandes disse...

"Poema para salvar"...

que lindo, Nina!?

Sua poesia tem cor/cheiro/sabor de liberdade.

Lindeza de versos, viu?

Beijos, minha querida.
H.F.

Talita Prates disse...

De arrepiar.
Tocante.

Bjo,

Talita.

Sr do Vale disse...

Sem os mãos sujas, o que seria de nós?

Lou Vilela disse...

Salvemo-nos, pois! ;)

Bjs