Do oráculo trouxa


Quando nasci, um anjo vesgo
desses que erram a mira
disse: vai, benzinho! ser trouxa na vida.

Desde o oráculo angelical
sigo escrevendo cartas de amor
- das mais ridículas.

Desobedeço a proibição
e ponho-me a escrever o nome amado
com letras de macarrão.

Desatinada pela alegria descontente
dos que se ferem com o fogo que não se vê,
faço sonetos com a minha dor.

Pois que fundamental é mesmo o amor,
e eu acho tão bonito isso, baby,
de esquecer que amar é quase uma dor...

Não sei se o amor me cura
de toda e qualquer loucura,
mas sigo, com rima ou sem, à sua procura.

(será mesmo trouxa a nossa sina
de sermos cantadores do tema-teimoso
tendo ao nosso lado
Drummond, Camões, Chico,
e outras tão ilustres Pessoa(s)?)



* Poema republicado.

6 comentários:

Ana SSK disse...

aiai...que belo é...

Joana Masen disse...

Amei!

Renata de Aragão Lopes disse...

Bom demais relê-lo!

Beijo, amiga!

Quintal de Om disse...

Encantei-me!

Meu carinho,
Samara Bassi.

Francys Oliva disse...

Este me deixou sem palavras.
bjs.
boa semana para vocês.

Úrsula Avner disse...

Oi Talita,

aprecio seu modo peculiar e criativo de escrever, por vezes tão profunda, em outras, leve e despojada...Este poema ficou 10 ! Bj,

Úrsula