Exaustão



tenho andado cansada
de tantas pedras na estrada:
ao meio,
às margens,
em planaltos
e vargens,
reais
ou miragens

tenho andado cansada
de minhas pernas na estrada:
com câimbra,
dormência,
dor
e ardência,
ânsia
e urgência

e não há chegada?
é sem fim
essa estrada?

tenho andado cansada
[de mim]


Renata de Aragão Lopes


Publicado em 26 de novembro no Doce de Lira.

8 comentários:

Juan Moravagine Carneiro disse...

belo...

abraços

Hercília Fernandes disse...

Belíssimo, Renata.

Por vezes sinto-me também cansada das infinitudes, do eterno caminhar entre ervas e pedregulhos...

Excelente texto, parabéns!
Beijos,
H.F.

Renata de Aragão Lopes disse...

Realmente exausta,
eu agradeço! : )

Beijos, Juan e Hercília!

Unknown disse...

Lindo, Renata!

São muitas as pedras que encontramos.
Sem falar nas que nos atiram.

O cansaço é consequência por não avistar o fim da estrada, a meta da chegada.

Belo e real!

Beijos

Mirze

Adriana Godoy disse...

Que lindeza, Renata!
" Tenho andado cansada de mim"

Gostei. Beijo

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Eu preciso descansar de mim! lindo! bjs

Renata de Aragão Lopes disse...

Mirze, Dri e Albuq:
cansaço compartilhado.

Muito obrigada pelas palavras!
Beijos!

Jéssica Caramori disse...

Se tivesse fim não teria graça =D