nina rizzi
(lado a)
a cobertura e suas mil-luzes acesas, o cheiro de carne morta;
o resíduo dos serezinhos que cagam
- ser que é ser caga, se deus existe, onipotente e presente, ele faz
é muita merda -, o esgoto.
(o limite)
umas motos passam. param.
trocam balas, crack. passam.
(lado b)
uma moça e uns gatos e um cigarro e uma dose de quê num prédio trapo.
a rua, fronteira metafísica, seria planalto pra montanha depressão,
mas não.
eu a penso e ela me faz:
saudades, merdas, poemas.
*
10 comentários:
Gostei do texto, tão realista e tantos sentidos!
bjs
Gosto muito desse jeito "ellenico" de escrever.
Beijos
Ei Nina!
Bela postagem com sua marca ellênica!
Beijos
Mirse
Nina,
amei seu poema de rua que, tão bem, media linguagem e conteúdos. Extremidades e centro se fazem palcos de poesia em sua lente transfiguradora da realidade.
Mais um belo texto você nos traz ao Maria Clara. Parabéns!
Beijos,
H.F.
Essa é a Ninuska...beat com uma flor pra Iemanjá. Amei, o lado b então...beijo
Poesia que deixa rastro, odor...
Das boas para conseguir isso!
Beijos.
Querida Nina,
já faz algum tempo
que acompanho seu espaço.
Sua escrita é muito peculiar!
Sempre surpreendente
e ousada na medida.
Saiba que é um prazer
estarmos juntas
neste projeto!
Um beijo!
Oi Nina,
sua escrita é de fato muito peculiar, inusitada... Não sei porque, lembrei-me do poema de Drummond que fala sobre a bunda...
Ás vezes escrevemos sobre coisas aparentemente sem importância ou desagradáveis que a poesia transforma em mensagem e beleza.
Um abraço,
Úrsula
bah, sou louca pelo teu trabalho, nina!
Adoro sua liberdade poética pra criar, te vejo nas linhas, entre as linhas e emaranhada nas palavras.
Postar um comentário