a manhã pede um pouco de gosto pela vida
o sol aparece depois de tanta chuva
acontece que o mofo se instalou nas minhas veias
nos meus cabelos nas minhas unhas
o mofo está cobrindo meus olhos
e criou musgo na minha boca
os sons que chegam são quase inaudíveis
tenho medo de ouvir minha voz
e perceber não ser minha
os gritos da guerra estão próximos
e não os ouço
o coração está úmido e verde
o lodo que cobre as paredes e os muros
tomou conta definitivamente de mim
Diário de Bordo para Professores Estressados
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Oi Pessoal A profissão de professor pode ser desafiadora, cheia de pressão
e expectativas. E com minha viêencia com a Depressão e ansiedade, pensei em
você...
Há 6 horas
19 comentários:
lodo e mofo são sinais de vida...
boa construção de sentidos...
eu gostei!
se eu tivesse um filho como o seu, não me faltariam temas para poetar - bela obra, em todos os sentidos (rs).
beijo, adriana godoy!
Belíssimo!
Não precisaria dizer que era seu.
Eu assinaria embaixo. Imagem e poenas com suas características. Únicas e lindas!
Beijão amiga!
Parabéns!
Mirse
Dri,
Paradoxalmente, sempre há vida em seus cinzas - muita vida!
Tô com o Henrique. As telas do Rafa são inspiradoras!
Bjs
Xará,
Esses musgos, essa deprê, que é isso...passou a chuva.Adorei demais a imagem, como todas de teu filho.bj
Adriana Godoy é um surrealismo bem construído de palavras. Excelente poema!
Belo poema, Adriana.
Adoro essa poética de dias nublados. Intensidade nas brumas, caos na nau frágil...
Desejo que o musgo - este que se instala na boca... - lhe traga outros grandes poemas; como este que você acaba de nos presentear aqui no Maria Clara: simplesmente poesia com o seu coração cheio de vida, ou melhor: úmido e verde.
Parabéns, Godoy. Amei!
Beijos :)
H.F.
Muito bom!!! Metáforas e imagens fortes, pegajosas, tristes.
Gostei muito
Oi Adriana,
Amo a melancolia na poesia, sobretudo, quando bem versejada como em seu expressivo poema. Bela
construção poética com ricas metáforas e adornada pela tela do talentoso filhote ! Poema e imagem numa sintonia admirável. Bj.
Gostei.
O mofo, o limo, o verde - o verde não é a cor da vida? O seu poema está cheio de gosto pela vida. Apesar do lodo ou por isso mesmo - sinto uma flor explodindo do lodo. É a origem da vida.
Um beijo.
O mofo se instalou
e criou musgo.
"tenho medo de ouvir minha voz
e perceber não ser minha"
Tudo estranhamente inaudível...
Gostei muito!
Tanto do poema, quanto da tela!
Beijão.
seu poema me possui.
entrou e correu na veia... ficou na pele.
vc surpreende cada vez mais ,drika.
lindo!
Ps: me lembrou metamorfose de kafka.. vc ja leu?
beijos pra ti, Anita.
ps: essa pintura do teu filho ... excellent! vou roubar ela um dia, ok? com a sua permissão é claro!
*
EMUDECIDO e UMIDECIDO!
*
Belo isso, belíssimo!
Beijos!
dar bela forma ao que arde e ao que pulsa, essa é uma característica fabulosa sua.
e esses casamentos perfeitos entre a sua voz e a arte de seu filho são verdadeiros bálsamos pra alma.
bjs.
Cynthia
"tenho medo de ouvir minha voz
e perceber não ser minha"
No poema, contudo, é inconfundível a sua voz.
Belíssimo.
Ótimo feriado e fim de semana.
Beijos
Também me sinto mofada
numa frequencia maior que eu gostaria.
Bjo carinhoso, Adriana!
Obrigada a todos, é muito bom ter esse retorno de vocês. Beijo.
adriana,que bonito!
parece o efeito do inverno...
num jardim sem tantos cuidados...
o mofo aderiu aos galhos ,às ervas daninhas pendentes e às raízes expostas no solo e,o musgo cobre a terra de verde.
o resto,é uma melancolia ,talvez sonolenta,cansada,mas prestes a ousar,aproveitar a oferenda do sol.
ao rafael...diga que está entre os
sensíveis pintores
bjos nos dois
taniamariza
Tânia, lindo o seu comentário/poema. Agradeço por mim e pelo Rafa. beijo.
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