Elementar


De que é feito o poeta?

De matéria
etérea
ou concreta?

Do fato
que vivencia
ou da utopia
que projeta?

Ele é feito
de sopro
ou de barro?

Ele habita
o corpo
ou a alma?

O poeta levita
ou mergulha?

A escrita
lhe é fagulha
ou despiste?

O poeta acredita
que existe?




Publicação especial para Hercília Fernandes,
que se serviu deste poema, hoje, para inaugurar
Devaneios sobre o devaneio no Facebook.

In Maria Clara: universos femininos, 2010, p. 181.

* quando se abre a flor *

vestes de um novo tempo

cobrem a nudez do chão

revelam a dança do corpo


trepida paixão incólume


deliram flores folhas


e o corpo se contorce


estende-se raio de sol


até a noite sentir vontade


de valsar em vestes claras


Úrsula Avner

* em homenagem ao meu novo amor...