Celeste...




No silêncio das tardes
Quando Deus aquarela os dias
Eu sinto a respiração dos Anjos
No sopro das asas dos pássaros

Wania Victoria


Fotografia tirada pela minha amiga Letícia quando fomos à Igreja Sacré-Couer, em Paris.  A placa era o foco, mas a pombinha foi a estrela da fotografia.  Uma tarde dourada de outono emoldurada por um celeste azul.

Rasante



O que tem
no peito?
Uma caixa-preta
em perfeito
estado
que contém
cada dado
(indevassável)
de sua cabine:
o que pensa
(mente),
o que sente
(crença)
e até,
bem provável,
o que você nem define.

O que me soa
mais triste?
É que
(ao que parece)
você só existe
dentro da caixa
e voa,
amiúde,
em altitude
tão baixa,
como quem
desconhece
(incapaz)
a magnitude
(prece)
da asas
que traz.


Renata de Aragão Lopes

Poema publicado em 19 de outubro no Doce de Lira.