Do oráculo trouxa


Quando nasci, um anjo vesgo
desses que erram a mira
disse: vai, benzinho! ser trouxa na vida.

Desde o oráculo angelical
sigo escrevendo cartas de amor
- das mais ridículas.

Desobedeço a proibição
e ponho-me a escrever o nome amado
com letras de macarrão.

Desatinada pela alegria descontente
dos que se ferem com o fogo que não se vê,
faço sonetos com a minha dor.

Pois que fundamental é mesmo o amor,
e eu acho tão bonito isso, baby,
de esquecer que amar é quase uma dor...

Não sei se o amor me cura
de toda e qualquer loucura,
mas sigo, com rima ou sem, à sua procura.

(será mesmo trouxa a nossa sina
de sermos cantadores do tema-teimoso
tendo ao nosso lado
Drummond, Camões, Chico,
e outras tão ilustres Pessoa(s)?)



* Poema republicado.

Veni, vidi,vici

Esta imagem ( nem tão nítida assim) é o livro da antologia do 3º Premio Sérgio Farina, um concurso literário aqui de São Leopoldo-RS. A entrega do prêmio foi essa noite, e eu tirei o 1º lugar com o "Meio Poema". Não foi tão fácil assim, foram mais de 400 inscritos no Brasil inteiro.
O poema está no livro "Maria clara", quem quiser lê-lo terá que comprar o livro,rsrsrsrs...no menu da esquerda tem o ícone. A cerimônia foi transmitida pelo YouTube, coisas da pós-modernidade.

Fluidez

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Acordei com o sal da palavra.
Logo hoje, dia de deslembrar,
Invade-me traçado
Um corpoema.

Acordei com o sal da palavra.
Toda a metáfora liquefeita
Entre os vãos
De minhas coxas,
Vontade de escorrer
Sem margens.

Lou Vilela in Nudez Poética


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