O MENINO E A BORBOLETA




Arte: Reynaldo Fonseca



Parecia um anjo

Era uma criança: comia estrelas, sonhava canção

Algo familiar. Algo especial.

Percebi, no ar, então que era o filho do meio

E por não ter os privilégios do primogênito,

Nem do caçula, ele bebia ternura.

Sua mãe deixou-lhe uma marca peculiar

Dessas que só as mães sabem quanto...

Na sua mão direita, com muito amor,

Carrega a marca que a mãe deixou:

Uma borboleta viva que pode até voar,

Mas não voa pelo saber dos dois

Mãe e filho a se amar.