belo horizonte
as montanhas me cobrem os olhos tão longe
e a noite com suas sombras negras não me deixam ver mais
tem os cabelos nascidos para o sol sua lucidez me perturba
na pia espuma branca com pontos negros e cheiro de lavanda
limpo tudo o sabonete no chão
não posso mais compartilhar suas manhãs
seu cheiro misturado ao vapor do espelho
nem a pasta de dente sem tampa
está tão perto
mas não de mim
12 comentários:
De saudades vamos vivendo. A ausência vai nos matando. Mas sempre há um belo horizonte à frente.
Um poema límpido, Adriana, como a espuma branca. Sei que a espuma dói, mas o poema é limpo e sorri.
Beijo.
Ah, a saudade... Misturada com a solidão é quase veneno. Um abraço.
http://submundosemmim.blogspot.com
" cabelos nascidos para o sol... " linda imagem poética. Muito bom o poema Ariana. Bj com carinho.
Úrsula
O que sei, é que chorei!
Essa espuma branca e o cheiro de lavanda, passa na vida da gente.
Lindo DRI!
Construção e imagem poética!
Beijos
Mirse
"não posso mais compartilhar suas manhãs"...
Godoy,
todo poema é puro lirismo, mas nessa passagem o eu-lírico transborda, mostra a alma.
Lindo texto, lirismo apuradíssimo!
Beijos,
H.F.
Compartilha-se os utensílios esquecidos junto à solidão.
Lindo!
Beijo.
É sempre um prazer (re)ler suas produções, minha cara.
Bjs
Adriana,
Adoro essa poesia do cotidiano,"essa pasta de dente" que tão perto ficou longe...gostei.
é quando mais me sinto viva! quando me vejo no outro que o outro escreve, cria, é. Amei seu texto. Estive ali, em frente àquela mesma pia, agora mesmo, sinto uma saudade outra, mas saudade também.
Quase choro. Obrigada por sempre me proporcionar um reencontro comigo mesma, com meus ais e com meus pais (até isso já vivi em seus textos).
um beijo, querida,
Apetece sempre brincar com a Lua...
Bom resto de fim de semana.
Beijoca.
Oi, gente, que boa a presença de vocês aqui. Agradeço muito, pois sem vocês não ia ter muito sentido. Beijos.
Lindo! Nada é como era, o cotidiano foi alterado.
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