Cortarei as asas das borboletas
para que fiquem imóveis.
Para que não pousem levianas,
fazendo ciranda, em alheios móveis.
Cortarei as asas das borboletas
para que não percam a cor e a beleza.
Para que não busquem néctar nas flores;
para que não vivam por vãos amores.
Cortarei as asas das borboletas
para que definhem até a morte
para que mudem seu destino, sua sorte.
Cortarei as asas das borboletas
para que morram sentindo as dores
pela ausência que jaz, o néctar das flores.
in: Retrato de Helena, 2005.
Arte disponível no Google Imagens.
12 comentários:
Meu Deus,que soneto mais triste, Hercília. Putz, dá vontade de chorar (água e sal, sem néctar)!
Olá Henrique.
Fico feliz que o texto "renúncia" tenha lhe despertado a vontade de chorar, afinal o choro faz parte da vida humana...
E, como já pronunciei, por vezes as minhas linhas são mesmo de luto... assim chorar é uma reação per fei ta mente normal.
Obrigada, meu caro, por sua visita e comentário.
Beijos :)
H.F.
Linhas que expressam muito bem o sentimento que brota a partir de uma renúncia.
Triste e belo!
Abraços,
Lou
Lou,
obrigada pela leitura e comentário.
Sim, minha querida, há beleza na externalização sincera da dor do poeta. Lembremos a tragédia...
Beijo :)
H.F.
é triste, mas lindíssimo.
beijos
Obrigada, Lorenzo.
Sinta-se em sua casa no maria clara.
Beijos :)
H.F.
Simplesmente poesia, simplesmente bela querida Hercília. Bjs.
Obrigada, Úrsula.
Feliz que tenha apreciado.
Beijo, minha querida.
H.F.
Ao contrário , estou habituada às renúncias.
Achei lindo, humano e real.
Parabéns, grande amiga!
A renúncia bebe do mesmo nectar do amor.
Parabéns!
Beijos
Mirse
Obrigada, Mirse.
Desejo que a sua passagem em BH seja magnífica. Cheia de sons, cores e sabores, sem cortes de borboletas...
Um forte abraço, minha querida!
H.F.
A renúncia. É um terrível sentimento, tão bem expresso, aqui, neste cortar as asas às borboletas... Lindíssimo poema.
Beijos.
Graça,
muitíssimo obrigada por sua visita ao MC e afetuoso comentário.
Um forte abraço, minha amiga.
Beijo :)
H.F.
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