
nina rizzi
(lado a)
a cobertura e suas mil-luzes acesas, o cheiro de carne morta;
o resíduo dos serezinhos que cagam
- ser que é ser caga, se deus existe, onipotente e presente, ele faz
é muita merda -, o esgoto.
(o limite)
umas motos passam. param.
trocam balas, crack. passam.
(lado b)
uma moça e uns gatos e um cigarro e uma dose de quê num prédio trapo.
a rua, fronteira metafísica, seria planalto pra montanha depressão,
mas não.
eu a penso e ela me faz:
saudades, merdas, poemas.
*