Fisiológico



La Dormeuse - Renoir


tua fome é carne
que me come;

é traje
que visto
pelo avesso;

trágica,
profética,
é tropeço;

prurido,
pecado
e perdão.

tua fome
exaspera
minha fome

- alimento
que abisma
e me mata.

Lou Vilela in Nudez Poética

.

11 comentários:

Hercília Fernandes disse...

Lindo, Lou.
Versos profundamente intuitivos e femininos. A beleza da linguagem complementa o quadro de Renoir.
Ótimo post, minha amiga: parabéns!
Beijos,
H.F.

Anônimo disse...

Das coisas que alimentam corpo e arrancam alma, ou será o inverso?
;)

Beijo, incrível poetisa!

Francys Oliva disse...

É carissima quem alimenta quem?
Você vai fazer parte da Coletânia dias de voar? Espero que sim, será uma honra ter seus poemas fazendo parte dela.
bjs

Lou Vilela disse...

Hercília e Lara, obrigada pelos generosos comentários. Fico feliz que tenham gostado! ;)

Beijos

Lou Vilela disse...

Caríssima Francy's,

Sua presença nos honra!

Quanto à coletânea, acabei de enviar-lhe um e-mail.

Beijo grande

Úrsula Avner disse...

Oi Lou,

mais um lindo poema, rico em elementos intimistas e delicadamente feminino como a pintura de Renoir que o ilustra. Bj.

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Lou, intenso teus versos, intensos!

Eder disse...

Lindo, Lou! (e isso é mais que aliteração)
E essa inspiração, quem alimenta?

Lou Vilela disse...

Úrsula,

Olhar delicado o teu.

Beijos

Lou Vilela disse...

Albuq,

Obrigada pela presença!

Beijos

Lou Vilela disse...

Eder,

As fontes são diversas e inesgotáveis, mas sempre há também a possibilidade de se lançar mão da técnica. ;)

Beijos e obrigada pelo carinho!