nego a existência de deus
me apego ao diabo
o mal se desprende do homem
como das veias o sangue
ao impacto de um corte
talvez a morte
seja uma dança louca
ou a deusa de quem a espera
seu canto
uma cantiga de ninar
suave e forte
um sono enfim
desatormentado
No branco baço dos crisântemos
-
Um súbito enredo trespassa o olhar
em descritivas formas.
A nitidez do silêncio persegue os lábios.
Decifra as palavras inefáveis.
Ardor em sangrament...
Há 6 dias
28 comentários:
Que estréia, Godoy!?
= ma.jes.to.sa!
Versos fortes, intensos, desafiadores.
Logo na entrada uma afirmativa corajosa, desmistificadora:
"nego a existência de deus
me apego ao diabo".
E assim vai tecendo, "suave e forte", uma legítima canção. Onde o Bem, o Mal, as inquietações, digressões e transgressões mundanas não se esbarram opostas, mas tecem junto quão complexa a face humana.
Belíssimo! Uma grande estréia, minha querida.
Parabenizo também o seu irmão por enorme plasticidade. Vocês compõem uma família de grandes artistas.
Abraços nos dois!
H.F.
Um Blues Dançante!
linda a cantiga de ninar e a aquarela
felicidades
e parabens pela estreia
bjs e abs
Belíssimo, Adriana!
Amei a morte, não como talvez, mas como a certeza de uma doança tão louca quanto o nascimento.
Há uma cantiga de ninar que embala a ambos.
Parabéns! Pelo poema, e pela estréia!
Beijos
Mirse
nossa, o título é bem compreensível se pensarmos no boi-da-cara-preta.. rsrsrs.
vc tem escrito pras aquarelas ou são coincidências? os casamenos são perfeitos (muito mais que os de papel, lol).
precisa izer? claro, né...
caralho, é bom pra caramba. me traz lembranças do cãnigo negro de josé régio.
beijo :)
"sono desatormentado",
belíssimo vislumbre. Se assim for a morte, Godoy, que me venha como esta linda cantiga de ninar: forte e vibrante. Sem receios, liberta do caos existencial.
Mas volto, Adriana, para destacar a presença de Felipe Marques, do Poema Dia.
Sinta-se muito bem vindo, Poeta, entre nós.
Beijos em todos que interagem com o Maria Clara.
Dri, mais um canto pra "te" ler! Ebaaa!
Não acredito/nego a existência nem de um, nem de outro. Eu acredito é no homem.
Oxalá o homem acreditasse nele mesmo...
Bjo e paz.
Desafiadora mesmo, garanto que o velho Buk e o mister Ginsberg iriam aplaudir de pé, eles não costumam falhar, daqui tiro meu modesto chapéu, abraço.
AMIGOS,
volto para informar a adesão da querida poeta ADRIANA KARNAL ao Maria Clara: simplesmente poesia. A sua estréia no blog dar-se-á na terceira semana deste mês, onde fará par semanal com a bela poesia de nossa Lou Vilela, na programação de quinta-feira.
Adriana Karnal,
seja muito bem vinda ao grupo. Sua presença é uma honra para todos que compõem este espaço. Muito obrigada, minha querida, por aceitar o nosso convite.
Aproveitando o comment, agradeço as visitas dos amigos poetas “Talita Prates” e “Luciano Fraga”. Sintam-se queridos neste espaço de poesia.
E, GODOY, para celebrar a sua estréia poética entre nós lhe dedico este pequeno ensaio, disponível no novidades & velharias:
http://novidadesevelharias-fernandeshercilia.blogspot.com/2009/08/voz-forte-e-terna-de-adriana-godoy.html
Um forte abraço, amigos!
H.F.
Cito-o (Deus) sempre, quase como uma vírgula casual. Mas esse seu poema... esse seu poema é uma chama viva de questionamentos: misto de amor e dor, dúvida e certeza, loucura e sanidade.
Adriana. Sem palavras mais. Só, mais uma vez: que bom que você é tão generosa em ser assim.
bjs. Cynthia
Adriana,
O dia que eu parar de chorar de emoção por ver algo como esse blog, é que enlouqueci de vez.
Dei uma olhada e "choquei". Tá tudo meio engasgado... muito bonito, muito bonito!!!!!!!!!! Todas e tudo de todas.
bjs, Cynthia
Adriaa. Sempre um prazer ler você.
Agradeço a todos pelas palavras tão carinhosas,pelo incentivo, pelos comentários tão eloquentes.
É muito bom ter este retorno, estimula bastante.
Hercília, especialmente, nem sei o que dizer, apenas obrigada, muitíssimo obrigada.
Beijos.
Respondendo à Nina: coloco a imagem depois do poema pronto. Juro. Beijocas.
sono desatormentado, isso é bem manuel bandeira
texto com a lâmina de (quase todo) sempre, ai
a morte é dança e deusa, sim
aliás, a dança de shiva merece o seu poema
canto de ninar suave e forte...
não é um texto para ser lido
porque, velado, florido...
beijão
beijinho
belíssima estreia, minha poeta, beijo, beijo, beijo...
e o filhote, um beijo nele e no talento dele também
Prezada Adriana, versos impactantes que nos fazem refletir dentro de uma proposta poética, sobre o bem e o mal, instalados em nós como faces de uma mesma moeda e sobre o sentido da morte, a forma de encará-la. Muito bonito e reflexivo. Bj.
Sem dúvidas
é um poema de perder os medos
quando todos aqueles quase entes
às vezes queridos, outras odiados
que serviam de freios na infância
depois se estabelecem sem causa e
mui bem ocultos detrás da (testa*)
insistem a nos preservar (do quê?)
Bem faz quem, sem demora
ao avistar a mula sem cabeça
ao contrario de temer, chama-a
para "montá-la"; só com o objetivo
de desfazer seu "problema"
* Tal imagem simplesmente feia, só
para localização física.
Maria Clara está mais feliz
com voce, Adriana Godoy!!!
Bardinho, seu comentário me faz pensar em coisas que nem penso. Adorei, e meu filhotão não sei não, ele não gosta que eu poste suas imagens...acha ruins. Bem, mas vou dar o beijo assim mesmo.
Úrsula, obrigada pelo comentário, acho que é isso mesmo.bj
Devir, fiquei encantada, muito, muito obrigada por seu comentário tão singular. Beijo.
oi,adriana! bonito ...pensar na morte assim!será que nos levará a uma dança...a uma cantiga de ninar ...a ter belos sonhos? só pagando pra ver...e ,a hora, há de chegar!..e, enquanto isso, vou admirando,mais uma vez, ..um pouquinho, da sua alma corajosa... de seus enfoques sobre a existência.
ah! a troca de deus pelo diabo..,tá entendida...fica com desconto, pela dor do sangue jorrado das veias !
bjobjo parabéns!
e um especial para o grande aquarelista
Dri Godoy,
Bem vinda, minha cara! É um prazer enorme compartilhar esse espaço com escritoras tão talentosas quanto você!
Quanto à estréia, triunfal! Parabéns pelo belo texto!
Abraços,
Lou
e essa trindade? vc e o diabo ...e deus ,porém , apenas ele é testemunha que essa tua poesia é um pecado(de bom)!
amo-te.
beijos lindos pra ti, Anita.
Adriana,
li o seu "passa lá" só agora e, de pronto, vim prestigir seu trabalho tão sensível e de grande qualidade.
Saúde e sucesso, querida!
Grande abraço e beijo.
Taninha
assim como as sereias são tentação em vida
...
a voz da mereia canta o destino.
belo poema!
parabéns.
VFS
(do Inatingível e outros Cosmos)
Amigos,
em nome de todas as vozes que integram o maria clara: simplesmente poesia, agradeço-lhes pelas leituras e comentários ao belo poema da Adriana Godoy.
Abraço em todas e todos!
Adriana, falha minha!
A Adriana Karnal, confundiu o lugar de comentar, e postou para você, no meu poema.
Sugiro que vá até lá e leia e responda, o que acha?
Beijos
Mirse
bela e doída cantiga, Adriana.
os deuses inventaram a dor para que os homens pudessem cantar.
os humoristas têm um espinho na ponta do dedo, os poetas na língua.
o mal? ouça os guizos da serpente, volte-se e veja o rabo da serpente.
parabéns, Adriana.
... mas dói.
Postar um comentário