Ah, quem me dera não fosses casada
Com esse belicoso aventureiro
Eu enfrentaria íngreme escalada
E - milagre! - me terias inteiro
Dar-te-ia a mais fulgorosa estrela
Clamaria versos para enlevá-la
Fuzilaria os outros só pra tê-la
E sentir o olor que teu lume exala
Jamais em ti eu pisaria atroz
Nem soltaria fogo pelas ventas
Verias um vulcão dentro de nós
De derreter até massas cinzentas
Nova, te encheria com meu ardor
Num resplendor de beleza crescente
Prenhe, minguar-te-ia acolhedor
À míngua, começarias novamente
Quando viesses nua, qual clarão
Amada, não fartaria de olhar
Lua, se te separares do dragão
São Jorge deixa a gente namorar?
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7 comentários:
Belo, lúdico e bem articulado texto, minha cara! Você esbanja criatividade e talento!
Beijos
Maria Paula,
Teus textos são sempre inesperados..esse,em especial, brinca com o amor "ah, se não fossses casada"..rs...as rimas me embalaram.
Interessante essa imagem da lua casada com São Jorge...as fases, esse amor romântico impossível. Gostei, Úrsula. Beijo.
Aliás, com o dragão de São Jorge...
são jorge deixa sim. e eu também quereria :)
beijo.
Maravilhoso poema, Maria Paula.
Bela essa metáfora da lua - enamorada dos poetas - como esposa do dragão. [São jorge há de permitir...].
Assim como a variação lunar, o seu texto expressa também as fases/faces do universo feminino.
Quem dera que as mulheres fossem compreendidas com tamanha beleza e inteireza...
Belíssima postagem, minha querida. Parabéns!
Beijos :)
H.F.
Oi Maria Paula,
poema leve, bem versejado, melodioso, com rimas bem elaboradas que dão harmonia ao texto, numa cadência gostosa que fornece entretenimento a quem lê. Bj grande.
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